terça-feira, 12 de abril de 2011

Alporquia e Mergulhia






É um processo de propagação vegetativa pelo qual um ramo da planta é posto a enraizar quando ainda faz parte dela, não sendo apartado antes de se completar o seu enraizamento.
Esse método é um dos mais simples, apresentando a mais alta porcentagem de enraizamento, porém de pouca aplicação na multiplicação comercial, por ser de baixo rendimento. Seu uso restringe-se a amadores ou aos casos em que a estaquia de algumas espécies falha (Simão, 1998). É um processo geralmente usado na obtenção de plantas que dificilmente se enraízam por meio de ramos destacados (estaquia).
A mergulhia pode ser efetuada diretamente no solo ou fora dele, isto é, no alto. 

No solo

A mergulhia é feita no solo, em plena terra ou em vaso, quando os ramos das espécies são flexíveis e de fácil manejo. A esses ramos dá-se o nome de mergulho e ao processo, o nome de mergulhia.
O ramo, em qualquer um dos processos de mergulhia, deve ser anelado, com um anel de mais ou menos 2 cm, e pode ser tratado com auxin.

Exemplo de mergulhia na macieira:

 
No alto

A mergulhia aérea ou alporquia, é uma das técnicas mais antigas para se proceder artificialmente à propagação vegetativa, foi utilizada na China há mais de mil anos.
É empregada nos casos em que o ramo, por não possuir comprimento suficiente ou por não ser flexível, não consegue ser dirigido até o solo. Nesse caso, transporta-se o solo até ele. Atualmente, o processo é empregado em grande escala na floricultura, na obtenção de plantas enfolhadas.


O ramo a ser enraizado é envolvido por uma mistura de terra, areia, matéria orgânica ou, de preferência, por esfagno. Esse substrato deve proporcionar ao ramo coberto boa aeração, umidade e temperatura moderada, esses materiais podem estar contidos em vasos, panos ou sacos plásticos. Estes últimos mostram-se mais favoráveis ao enraizamento.
Vários autores, citados por Paiva e Gomes (2003) dizem que normalmente faz-se alporquia em ramos de um ano, nos quais se eliminam as brotações laterais em cerca de 15-30  cm antes da gema terminal. 

Em seguida, faz-se uma incisão anelar no ramo, de modo que o fluxo de carboidratos, auxina e outras substâncias de crescimento, originadas das folhas e gemas, acumule-se na região onde se pretende realizar o enraizamento e, em geral, a uma distância aproximada de 25 cm antes da extremidade. Podem-se colocar os ácidos indolbutírico, indolacético, o naftalenoacético ou o ácido 2,4-diclorofenoxiacético no ponto lesionado, para favorecer o enraizamento.
A alporquia, como todos os tipos de mergulhia, deve ser feita quando as plantas estiverem em plena atividade vegetativa.


Preparo de ramos e forçamento
-Antes da mergulhia
Os ramos devem ser preparados antes de entrar em contato com o solo. As operações consistem na desfolha e em anelamentos, incisões ou torções na parte que ficará enterrada.
Após ser enterrado, o ramo é mantido preso ao solo por um tutor ou forquilha.

Depois da mergulhia

Os ramos-mergulhos, após determinado tempo, enraízam  e devem ser separados da planta  matriz. A separação pode ser feita de uma só vez ou gradualmente. A essa operação dá-se o nome de desmame.
O desmame gradual tem por finalidade a redução lenta da alimentação da nova planta, de modo a forçá-la a nutrir-se de sua próprias raízes.
Uma separação brusca pode secar a planta, principalmente quando ela não se encontra ainda suficientemente enraizada.


 

 
 

 

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